TRICOTILOMANIA: QUANDO ARRANCAR O CABELO É UMA DISFUNÇÃO PSICOLÓGICA

BY STANLEY BITTAR

Historicamente, o cabelo sempre esteve associado à feminilidade e à beleza das mulheres. Já para os homens, um sinal de juventude e virilidade.

Essa importância histórica do cabelo faz com que a perda deles se torne algo constrangedor e difícil de superar.

Em contrapartida, devido a um distúrbio psicológico ligado diretamente  ao estresse e à ansiedade, algumas pessoas desenvolvem um impulso incontrolável de arrancar pelos, fios ou tufos de cabelo, chamado de Tricotilomania.

Esse distúrbio pode levar à perda permanente de grande parte dos fios de cabelo, e estima-se que afeta em média 4% da população mundial, em sua maioria mulheres.

A Tricotilomania foi identificada como uma doença ainda no século 19, mas apenas após a década de 1990, com o aumento dos níveis de estresse na população mundial e o crescimento no número de ocorrências, que começou a ser amplamente divulgada.

Muitas são as possíveis causas que podem contribuir para este distúrbio, como por exemplo, traumas, ciclos menstruais, mudanças profundas na rotina, dificuldades em relacionamentos sociais, entre outros. Enfim, fatores  genéticos, neurobiológicos e comportamentais podem estar envolvidos no aparecimento dessa desordem.

Os impactos da tricotilomania no corpo e no emocional

Algumas pessoas que sofrem com essa condição de arrancar os fios e pelos do corpo, também desenvolvem a “Síndrome de Rapunzel”. Esta síndrome é caracterizada pelo hábito de ingerir os cabelos arrancados e com isso, adquirem sérios problemas gastrointestinais, infecções na pele e até erosão dental.

Mesmo tendo consciência de que esse transtorno acarreta sérios problemas de saúde, os portadores deste comportamento não conseguem vencer o impulso, lutam para se livrar da doença e esconder as consequências que evidenciam as áreas sem pelos no corpo e áreas do couro cabeludo. Com isso, um isolamento social é gerado agravando ainda mais o psicológico deles.

Tratamento da tricotilomania

A tricotilomania tem cura e o tratamento é multidisciplinar, envolvendo profissionais de diferentes especialidades (dermatologistas, psicólogos, psiquiatras, clínicos, por exemplo).

Na maior parte dos casos são indicados medicamentos para complementar o tratamento, que tem tempo de duração muito variável. 

Os cabelos podem voltar a crescer após o paciente vencer o distúrbio, mas quando não voltam completamente a solução mais indicada é o Transplante Capilar. Desta forma, a autoestima e a saúde capilar serão recuperadas e as marcas da doença ficarão no passado.

Fique atento aos primeiros sinais da Tricotilomania e procure o mais rápido possível um médico especialista. 

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